Tuesday, February 20, 2007

Não Pense!

Não sei, não sei. Ás vezes surpreendo-me comigo mesmo. Não sei, é que não sei mesmo. A ilusão com a qual vivo intensamente dia a dia é algo tão irreal que nem sei como descrever tal coisa. É que não sei mesmo. A angústia, a frieza, o aperto no coração. Sentimentos que, á primeira vista, nada têm em comum, podem ser seriamente interligados de forma a representar a ilusão em que vivo. Não sei, é que não sei mesmo.
Por vezes, ou sendo mais preciso, praticamente sempre, dou por mim na pura imaginação da ilusão, e vivo-a intensamente até ao último momento, em que volto á realidade, e dou por mim naquilo que considero ser a maior estupidez de sempre, o sonho. Estupidez sim, mas só enquanto na realidade estou. Não sei, é que não sei mesmo.
Um suspiro atrás do outro. Será que alguém valerá tanta respiração? Não sei, é que não sei mesmo. Penso que o meu mal é, sem dúvida, tanto pensar.
São várias, umas três ou quatro. Como posso ter ciúmes de uma pessoa que não conheço? Sim, expliquem-me que eu não entendo! O “velho Homem”costumava dizer que “Há remédio para tudo, menos para a morte”. Não concordo. E não concordo, simplesmente, pelo facto de existirem determinadas matérias para as quais não existe uma solução, ou para ser mais exacto, existe com um número infinito de limitações. Não sei, é que não sei mesmo.
Só há uma regra que não tem excepção. É ela própria, ou seja, a regra que nos diz que todas as regras têm excepção, já que se todas as regras a têm, a regra que a confirma é universal. A regra é algo no qual me baseio em decisões inter-subjectivas relativas á vida humana. Um gosto incompreensível pelo sofrimento, tenho. A pequena maioria também o tem, passo o oximoro. Não sei, é que não sei mesmo. Por aqui me fico, com o sumo da laranja, uma vez que a não posso ter inteira!

Saturday, February 17, 2007

Quinta da Regaleira




Sintra é uma das vilas mais deslumbrantes de todo um país envolvido em histórias, mistérios e factos que, devido á ausência documental, continuarão a ser alvo de falta de veracidade.
Classificada como património mundial, pela UNESCO, Sintra é possuidora de um encanto quase que irreal, obra-prima da natureza e do Homem, que nos leva por tempos de outrora, como os de Carvalho Monteiro, mais conhecido por “Monteiro dos Milhões”.
Nascido no Rio de Janeiro em 1848, e filho de pais portugueses, regressou a Portugal anos depois onde se licenciou em Leis pela Universidade de Coimbra.
Possuidor de uma enorme fortuna, (e daí Monteiro dos Milhões), era um apaixonado por tudo aquilo que o fascinava, podendo tornar realidade tudo aquilo que, para muitos, seria um sonho.
Coleccionador e Bibliófilo, possuía uma das melhores bibliotecas particulares do país, na qual estava incluída a biblioteca Camoniana mais completa de sempre, hoje na biblioteca do Congresso de Washington.
Um dos “Sonhos” que tornou realidade foi a construção de um conjunto de edifícios, aos quais hoje atribuímos o nome de monumentos dada a sua beleza interior e exterior, que tiveram início em 1904, graças á ajuda do reputado Arquitecto Luigi Manini, A Quinta da Regaleira.
Da quinta faz parte o Palácio, claramente revelador de ideais nacionalistas e monárquicos, estilo manuelino, o “Zigurate”, ou torre da Regaleira, tendo atribuído o nome á quinta. Tinha como função a observação dos astros, o que simboliza a subida ao mundo celeste. Podemos também referir a capela da santíssima Trindade, com referências aos Templários, detentores do Santo Graal, e ao Poço iniciático, este sim, lugar de prova maçónica na quinta.
Os seus 9 patamares circulares, onde se desce ao abismo da terra ou se sobe em direcção ao céu, constitui parte de um percurso iniciático: Os 9 círculos do inferno, as 9 secções do purgatório e, os 9 céus do paraíso, tal como o génio de Dante consagrou na Divina Comédia.
Muito mais haveria para dizer sobre esta maravilhosa quinta, sendo este texto um resumo de um resumo muito resumido de toda a sua história.

Elizabeth Barrett-Browning

"Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh'alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
A luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte."